ANÁLISE QUANTITATIVA DO DESEMPENHO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS NO DEPÓSITO DE PATENTES DE INVENÇÃO NO BRASIL
PIDCC, Aracaju/Se, Ano VIII, Volume 13 nº 02, p.203 a 221 Jul/2019 | www.pidcc.com.br
ANÁLISE QUANTITATIVA DO DESEMPENHO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS NO DEPÓSITO DE PATENTES DE INVENÇÃO NO BRASIL
RODRIGO MEIRELES ORTIZ
RESUMO | ABSTRACT | ABSTRACTO| RESUMEN
Atualmente, a detenção de tecnologia e de títulos de patentes pelos países, além de indicadores do desenvolvimento econômico e social no âmbito internacional, tornam-se importantes para a produção interna de riqueza e de bem-estar social. No Brasil, observa-se a adoção de políticas públicas voltadas à inovação, e consequentemente à produção de patentes, às quais destacam o papel da universidade pública, demandado a análise da eficácia das medidas adotadas. Assim, o trabalho pretende analisar, de forma quantitativa, o desempenho das universidades públicas no depósito de patentes de invenção no país. Para análise do potencial universitário no desenvolvimento de patentes foram coletadas informações relativas a três indicadores, quais sejam, o número de pessoas vinculadas à pesquisa e ao desenvolvimento no país, o investimento nacional nesta atividade e a publicação científica, sobretudo com base nos dados fornecidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e no relatório Research in Brazil, produzido para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Já para verificação do desempenho da universidade pública no depósito de patentes de invenção entre os nacionais, foram observados os indicadores do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), tanto relativos as suas atividades como relativos à propriedade industrial. O estudo demonstra que, além da potencialidade, as universidades públicas se destacam entre as maiores depositantes de patentes de invenção nacionais no Brasil nos últimos anos, indicando, para além da eficácia das medidas adotadas, a importância do debate em face deste importante sujeito do sistema de patentes nacional, no intuito de atender aos objetivos estabelecidos pelo legislador nacional.
Palavras-Chave: Universidade Pública. Patente. Inovação. Tecnologia.
Currently, the possession of technology and patent titles by countries, as well as indicators of economic and social development in the international arena, are important for the internal production of wealth and social welfare. In Brazil, the adoption of public policies aimed at innovation, and consequently the production of patents, are highlighted, highlighting the role of the public university, which requires analyzing the effectiveness of the measures adopted. Thus, the work intends to analyze, in a quantitative way, the performance of public universities in the deposit of invention patents in the country. In order to analyze the university potential in the development of patents, information was collected on three indicators, namely, the number of people linked to research and development in the country, national investment in this activity and scientific publication, mainly based on data provided by The Ministry of Science, Technology, Innovation and Communication (MCTIC) and the Research in Brazil report produced for the Coordination of Improvement of Higher Education Personnel (CAPES). In order to verify the performance of the public university in the deposit of patents of invention among the nationals, the indicators of the National Institute of Industrial Property (INPI) were observed, both relative to their activities and related to industrial property. The study shows that in addition to the potentiality, public universities stand out among the largest depositors of national invention patents in Brazil in recent years, indicating, in addition to the effectiveness of the measures adopted, the importance of the debate in the face of this important subject of the system national patents in order to meet the objectives set by the national legislature.
Keywords: Public university. Patent. Innovation. Technology.
Actualmente, la posesión de tecnología y títulos de patentes por parte de los países, así como los indicadores de desarrollo económico y social en el ámbito internacional, son importantes para la producción interna de riqueza y bienestar social. En Brasil, se destaca la adopción de políticas públicas orientadas a la innovación y, por consiguiente, la producción de patentes, destacando el papel de la universidad pública, que requiere analizar la efectividad de las medidas adoptadas. De este modo, el trabajo pretende analizar, de forma cuantitativa, el desempeño de las universidades públicas en el depósito de patentes de invención en el país. Para analizar el potencial de la universidad en el desarrollo de patentes, se recopiló información sobre tres indicadores, a saber, el número de personas vinculadas a la investigación y el desarrollo en el país, la inversión nacional en esta actividad y la publicación científica, basada principalmente en datos proporcionados por El Ministerio de Ciencia, Tecnología, Innovación y Comunicación (MCTIC) y el informe Investigación en Brasil elaborados para la Coordinación de Mejora del Personal de Educación Superior (CAPES). Para verificar el desempeño de la universidad pública en el depósito de patentes de invención entre los nacionales, se observaron los indicadores del Instituto Nacional de Propiedad Industrial (INPI), tanto en relación con sus actividades como en relación con la propiedad industrial. El estudio muestra que, además del potencial, las universidades públicas se destacan entre los depositantes más grandes de patentes de invención en Brasil en los últimos años, lo que indica, además de la efectividad de las medidas adoptadas, la importancia del debate frente a este importante tema del sistema. Patentes nacionales para cumplir con los objetivos establecidos por la legislatura nacional.
Palabras clave: Universidad publica Patente La innovación Tecnologia
Mots-clés: Université publique. Brevet L'innovation. La technologie.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Denis Borges. Direito ao desenvolvimento, inovação e a apropriação de tecnologias. Revista Jurídica da Presidência. V. 8, nº 83, p. 31-50, fev./mar. Brasília, 2007.
BARBOSA, Denis Borges. Patente como modelo de aperfeiçoamento em inovação. 2010. Disponível em: http://www.nbb.com.br/pub/denis/patente_modelo_ aperfeicoamento_%20inovacao.pdf. Acesso em 08/12/2018.
BARROS, Carla Eugênia Caldas. Manual de Direito Empresarial Multifacetado. Volume IV. Aracaju: PIDCC, 2016. Disponível em: http://pidcc.com.br/br/manual-de-direito-empresarial-multifacetado-vol-iv. Acesso em 14/08/2018.
BONACELLI, Maria Beatriz Machado; CARNEIRO, Ana Maria; GIMENES, Ana Maria Nunes. A universidade em um contexto de mudanças: integrando ciência, tecnologia e inovação. Revista de Propriedade Intelectual – Direito Contemporâneo e Constituição. PIDCC. Aracaju, ano V, Volume 10, nº 01, p. 115-133, fev./2016. Disponível em: http://pidcc.com.br/br/component/content/article/2-uncategorised/225-a-universidade-em-u-m-contexto-de-mudancas-integrando-ciencia-tecnologia-e-inovação. Acesso em 11/06/2018.
CHAMAS, Claudia; SCHOLZE, Simone. Política e Organização da Inovação Tecnológica. Instituições públicas de pesquisa e o setor empresarial: o papel da inovação e da propriedade intelectual. Parcerias Estratégicas, número 8, p. 85-92. Brasília. Maio/2000.
CIA. Central Intelligence Agency. The World Factbook. 2018. Disponível em: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/br.html. Acesso em 18/05/2019.
COSTA, Everton de Brito Oliveira Costa; RAUBER, Pedro. História da educação: surgimento e tendências atuais da universidade no Brasil. Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS, v. 11, n. 21, p. 241-253, Jan./Jun.2009.
CROSS, Di; THOMSON, Simon; SIBCLAIR, Alexandra. Research in Brazil: A report for CAPES by Clarivate Analytics. Clarivate Analytics, 2018. Disponível em:https://www.capes.gov.br/images/stories/download/diversos/17012018-CAPES-InCitesRepo rt-Final.pdf. Acesso em 25/05/2018.
CUNHA, Maria Couto. O Conceito de Universidade através da história até a educação superior dos tempos atuais. Revista da FAEEBA, Salvador, v.10, n. 15, jan/jun, p. 149-156, 2001.
ETZKOWITS, Henry. Hélice Tríplice. Universidade-Indústria-Governo. Inovação em Movimento. Porto Alegre. Editora PUCRS, 2009.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Industrial Anual – Empresa. Séries históricas. 2016. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/industria/9042-pesquisa-industrial-anual.html?=&t=series-historicas. Acesso em 18/05/2019. INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopses Estatísticas da Educação Superior. 2017. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior. Acesso em 09/05/2019.
INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Indicadores de Propriedade Industrial 2018. Rio de Janeiro, 2018a. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas/arquivos/pagina-inicial/indicadores-de-propriedade-industrial-2018_versao_portal.pdf. Acesso em 10/02/2019.
INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Indicadores de Propriedade Industrial 2017. Rio de Janeiro, 2017a. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas/arquivos/pagina-inicial/indicadores-de-propriedade -industrial-2017_versao_portal.pdf. Acesso em 10/08/2018.
INPI. Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Indicadores de Propriedade Industrial. Lançamento do Anuário Estatístico de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais. 2016a. 56 slides. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas/publicacoes_aecon. Acesso em 20/03/2019.
INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Indicadores de Propriedade Industrial 2000-2012. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas/arquivos/publicacoes/indicadores-de-propriedade-industrial-2000_2012.pdf. Acesso em 10/03/2019.
INPI. Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Relatório de Atividades 2018. 2018b. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/relatorios-de-atividades. Acesso em 10/03/2019.
INPI. Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Relatório de Atividades 2017. 2017b. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/relatorios-de-atividades. Acesso em 10/03/2019.
INPI. Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Relatório de Atividades 2016. 2016b. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/sobre/relatorios-de-atividades. Acesso em 10/03/2019.
MCTIC. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação 2018. 2018. Disponível em: https://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/indicadores/arquivos/Indicadores_CTI_2018.pdf. Acesso em 14/01/2019.
MENDONÇA, Ana Waleska P.C. A universidade no Brasil. Revista Brasileira de Educação. mai/jun/jul/ago. nº 14, p. 131-194, 2000.
MINGUELLI, Marcelo. A nova estrutura normativa de ciência, tecnologia e inovação no Brasil. Revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação. V. 23, n. esp., p. 143-151. Florianópolis, 2018.
PAVIANI, Jayme; POZENATO, José Clemente. A universidade em Debate. Caxias do Sul, Universidade de Caxias do Sul, 1980.
REZENDE, Edson Paiva et al. A Lei nº 10.973/04 e as instituições federais de ensino superior: algumas considerações. Fórum de Contratação e Gestão Pública, Belo Horizonte, v. 4, n. 44, ago., 2005.
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. Porto: Edições Afrontamento. 7ª ed., 299p. 1999.
SINGER, Paul. A universidade no olho do furacão. Estudos Avançados. V. 15, nº 42, 305-316. (2001). Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9808. Acesso em: 20/03/2019.
TEDESCHI, Patrícia Pereira. Inovação Tecnológica e Direito Administrativo. Dissertação (Mestrado em Direito). Faculdade de Direito. Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 107. 2011. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-28082012-153145/pt-br.php. Acesso em 10/10/2018.
UFRGS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A gestão da propriedade intelectual da UFRGS/secretaria de desenvolvimento tecnológico. Porto Alegre: UFRGS, 2003.
WANDERLEY, Luiz Eduardo W. O que é Universidade. Coleção primeiros passos. 8. ed. São Paulo: Editora brasiliense, 1991. 85 p.WAITZ, Inês Regina. ARANTES, Magda Patrícia C. Políticas públicas para o ensino superior: o processo de democratização do acesso. Anuário da Produção Acadêmica Docente. Vol. III, nº 5, 2009, p. 251-264.
WIPO. Organização Mundial de Propriedade Intelectual. What is a patent? 2018a. Disponível em http://www.wipo.int/patents/en/index.html. Acesso em 10/07/2018.
Sobre o texto:
Texto inserido na PIDCC Volume 13 Nº 02 2019
Informações bibliográficas:
Conforme a NBR 6022 | 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e NBR 6023/2018, este texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: Disponível em: http://pidcc.com.br/br/component/content/article/2-uncategorised/350-analise-quantitativa-do-desempenho-das-universidades-publicas-no-deposito-de-patentes-de-invencao-no-brasil
DOI: http://dx.doi.org/10.16928/2316-8080.V13N2p.203-221
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional. Acesso em:19/04/2024 | 8:18:36
Texto na Íntegra
Texto em Inglês